Yuri Firmeza

Poucas obras sacudiram tanto os frágeis alicerces jornalísticos quando a criação de Souzousareta Geijutsuka por Yuri Firmeza. Poucas sacudidas a instituições foram tão propositivas quanto essa. Numa época em que a criação digital de avatares em redes sociais se torna tão comum, Yuri propos ao Museu de Arte Contemporanea do Ceará uma exposição de um famoso artista fictício japonês que os cadernos de cultura noticiaram sem nem mesmo fazerem uma busca mínima na internet. Literalmente expostos, os jornalistas escreveram por semanas editoriais ressentidos sem se dar conta de que pela primeira vez eles saiam da periferia crítica de uma obra de arte para se tornar a própria. Entre Fortaleza e São Paulo – onde acaba de concluir o Mestrado em Artes Visuais, o artista desenvolveu outras séries de trabalhos performáticos que nos lembram do vigor político de se relacionar com o mundo. Entre a delicadeza de frases soltas na página branca que reenquadram a noção de tempo da escrita, como em Ecdise e suas 4 ações Relações que experimentam movimentos paradoxais de integração e dissociação nos corpos e espaços, Yuri agora nos propoe D.C. uma palestra-intervenção em várias vozes.